Em Abril de 2024, fizemos uma viagem de 15 dias pela África do Sul, passando pelo safari no Kruger National Park, por Stellenbosch, a região dos vinhos, pela Garden Route e pela incrível Cape Town, uma das cidades mais lindas e vibrantes que já conhecemos.
Poderia dizer que Cape Town tem uma vibe Rio de Janeiro e uma mistura de Califórnia com ar europeu. Uma cidade que abrange atrações para todos os gostos: paisagens deslumbrantes, montanhas, excelente gastronomia, praias… E o melhor: um dos lugares com melhor custo-benefício para viajar no mundo.
Sobre Cape Town
Cape Town, conhecida no Brasil como Cidade do Cabo, é a segunda cidade mais populosa do país, ficando atrás apenas de Joanesburgo, e é a capital legislativa da África do Sul. O país possui 3 capitais e Joanesburgo não é uma delas. As capitais são: Bloemfontein (judiciária), Pretória (executiva) e Cidade do Cabo (legislativa).
// Moeda
A moeda da África do Sul é o Rand Sul-Africano (ZAR), mas o dólar é super aceito em todos os lugares, portanto não precisa levar a moeda africana do Brasil. Nós sempre usamos o cartão internacional do C6Bank e levamos cerca de 500 dólares em espécie, por segurança.
Em Cape Town, trocamos o dinheiro em uma casa de câmbio no Waterfront (a parte central da cidade), dentro de uma lojinha de artesanato. Tem várias por lá e a cotação é muito parecida.
A moeda sul-africana é desvalorizada em relação ao real. Por isso, viajar para o país fica bem mais em conta do que outros destinos no mundo. Você vai se hospedar em bons hotéis, comer e beber muito bem, gastando cerca de metade do valor de uma viagem para a Europa ou Eua.
// Quando ir?
Cape Town pode ser visitada o ano todo. Escolher uma viagem para o país vai depender mais da escolha da melhor época para fazer o safari (que é de abril a outubro).
A época das chuvas vai de junho à agosto. Nós fomos no mês de Abril e pegamos dias lindos.
Em Cape Town , é comum o tempo mudar de uma hora para outra e surgir um mar de nuvens nas montanhas, que faça com que o tempo fica encoberto, por isso é importante priorizar já nos primeiros dias, os passeios que exigem o tempo firme.
// Documentação
Brasileiros não precisam de visto para entrar no país. Basta apresentar um passaporte válido e comprovante de vacinação da febre amarela (validade de 10 anos).
// Como chegar em Cape Town?
A South African opera com vôos direto de São Paulo para a cidade. Mas uma forma bem prática é o vôo da Latam, que faz Sp x Joanesburgo em 8 horas. De lá, você pode pegar um vôo interno para Cape Town, em menos de duas horas.
// Quantos dias ficar?
Recomendo ficar no mínimo 5 noites e 4 dias inteiros para fazer as atrações principais, excluindo os dias de bate-volta que você queira fazer.
// Como locomover?
Alugar um carro é a melhor opção. As atrações são distantes uma da outra e o carro vai te dá liberdade para ficar o tempo que quiser. Vale lembrar que em todo o país, a mão é inglesa (o volante fica do lado contrário do Brasil). No início pode confundir um pouco sim, mas nada que você não acostume
Caso você não queira dirigir, uma opção que funciona bem são os táxis e uber.
Não chegamos a utilizar o transporte público, então não sabemos informar se funciona bem.
Por aqui sempre alugamos os carros das nossas viagens na Rentcars, uma plataforma que faz cotação nas maiores locadoras do mundo. Para fazer uma cotação para sua viagem, clique aqui.
// Onde hospedar?
Na minha opinião, a melhor localização é no Waterfront, uma região muito viva, onde fica o píer e a maior concentração de lojas, hotéis e restaurantes e com fácil acesso para outras atrações.
Dicas de hotéis:
Hotéis 5 estrelas:
- One&Only Cape Town
- Cape Grace Hotel
- The Silo Hotel
- The Bay Hotel
Hotéis com melhor custo benefício:
- Protea Hotel Cape Town
- Radisson Red V&a Waterfront
- Victoria & Alfred Waterfront
O que fazer em Cape Town?
1. Caminhar pelo Waterfront
O Waterfront é uma região super viva, tanto durante o dia, quanto a noite. É onde está o píer da marina e a maior concentração de lojas e restaurantes.
Por aqui, programe 1 dia para conhecer:
– Time Out Market: mercado gastronômico e com comidas típicas.
– V&A Mall: um enorme shopping com diversos tipos de lojas, inclusive muitas de grife.
– Caminhar pelo píer e entrar em várias lojinhas de souvenirs.
– Almoçar em um dos restaurantes do píer, que tem uma atmosfera muito agradável
– Tirar a foto no tradicional quadro que tem a table mountain de fundo
– Watershed: mercado de produtos de artesanato local, ótimo para comprar lembracinhas.
2. Visitar a Table Mountain
Ela é uma das 7 maravilhas naturais do mundo e o cartão postal de Cape Town. Um complexo de montanhas que ficam há cerca de 1000 metros de altura (acima das nuvens), e de onde você tem uma vista incrível de toda a cidade.
Recomendo fazer esse passeio no primeiro dia da viagem, pois em Cape Town há um fenômeno chamado Table Cloth (toalha de mesa), que acontece em dias nublados. Com o tempo fechado, as nuvens cobrem toda a montanha, impossibilitando a abertura do passeio.
A subida e descida é feita em um bondinho que vai girando 360 graus, e ele por si só já é uma atração.
Compramos os ingressos na hora mesmo. Foi tranquilo e sem filas.
Valor: 225 ZAR por pessoa, + ou – R$ 100,00, para subir de teleférico.
Se você for aventureiro, pode fazer as diversas trilhas que levam até lá, que pode durar de 3 à 5 horas.
3. Fazer a rota da Península do Cabo
Uma atração imperdível na cidade, onde você vai percorrer vários lugares lindos, margeando o mar. Reserve 1 dia todo para o passeio, e tem que ser em um dia de sol.
Jogue no GPS as principais paradas do dia exatamente nessa ordem:
– Muinzenberg:
A instagramável praia do surf e das casinhas coloridas na areia. Tem uma atmosfera muito gostosa e vários restaurantes na orla. Vale à pena chegar cedo para passar uma horinha por aqui
– Boulders Beach
A famosa praia dos pinguins fica no município de Simon´s Town, há 50 km de Cape Town.
Os pinguins são os moradores oficiais da praia e você consegue chegar bem perto através de passarelas de madeira.
A entrada é paga (em torno de R$ 50,00 por pessoa) e você pode comprar os ingressos na hora mesmo.
-Cape of good hope (Cabo da Boa Esperança):
O Cabo da Boa Esperança, tão conhecido pelos livros de história, já foi chamado de Cabo Da Tormenta, devido à fúria do encontro dos Oceanos Índico e Atlântico.
Aqui é a pontinha do país e o extremo sul do continente. Esse local fica dentro do Cape Point, um parque enorme e com diversas atrações, incluindo a famosa foto na placa do Cabo da Boa Esperança.
Valor para entrada no parque:
R400 por pessoa (+ ou – R$ 100,00)
Aceitam pagamento apenas no cartão (crédito ou débito)
O que fazer dentro do parque:
– Tirar a tradicional foto na placa Cape of Good Hope
– Subir de funicular até o farol, de onde se tem uma vista linda do oceano.
– Almoçar ou tomar um vinho no Two Oceans, um restaurante lindo e com vista para o mar que fica dentro do parque, antes da entrada do funicular.
– Chapman’s Peak (uma das estradas mais cinematográficas do mundo).
Um dos lugares mais lindos que já fomos no mundo. É a rota final do passeio da península do Cabo. A Champman’s Peak é uma estrada de 9km de extensão que margeia o mar sob montanhas de 600 metros de altura.
Pela programação do dia, você vai chegar aqui na hora do pôr do sol. É muito emocionante, eu até chorei.
Assim que terminar essa estrada, você chegará em Hout Bay, uma praia que tem vários barzinhos. Vale a pena sentar para tomar um drink.
4. Seapoint:
Uma praia com um calçadão extenso para você caminhar, andar de bike e apreciar o pôr do sol.
Se gosta de mercados gastronômicos, visite aqui o Mojo Market, um mercado de comidas e música ao vivo, super descolado.
5. Camps Bay:
Uma praia com vibe RJ super gostosa para passar o fim de tarde e assistir ao pôr do sol.
A orla tem vários coqueiros cercada por casas brancas e muitos restaurantes de frente para o mar.
Dica de restaurantes:
– Chichilla Cape Town
– Paranga
– Zenzero Restaurant
6. Old Biscuit Market:
Uma feirinha de artesanato e comidas que acontece todo sábado. Chegue cedo e programe para tomar café por lá.
7. Bo-Kaap
Um bairro de Cape Town famoso pelos suas casinhas coloridas e que tornou ponto turístico. Considerada a área residencial mais antiga de Cape Town, Bo-Kaap começou a ser habitado por volta dos anos de 1760.
A princípio, os holandeses se estabeleceram na Cidade do Cabo durante o século XVII com o objetivo de montar um porto em nome da Companhia das Índias Orientais. Em consequência disto, escravos de países como Malásia e Indonésia foram levados para trabalhar no local. Estes povos passaram a morar nas “huurhuisjes”, casas que foram construídas e alugadas no atual bairro de Bo-Kaap.
Enquanto estavam alugadas, as casas deveriam ter a cor branca e quando os escravos se viam livres e donos das propriedades, decidiam pintá-las com cores vivas em expressão de sua liberdade.
8. Stellenbosch, a região dos vinhos
A África do Sul é o sétimo maior produtor de vinhos do mundo e os vinhedos ficam na região de Stellenbosch, há 50km de Cape Town. Muitas pessoas optam por fazer um bate-volta, mas eu não recomendo. A região é linda, tem quase 100 vinícolas para visitar e merece uma estadia de pelo menos 2 noites.
Tem um post exclusivo com todas as dicas de Stellenbosch, aqui.
// Onde comer?
Ficamos impressionados com a qualidade da gastronomia da cidade e com os excelentes preços.
Em todos os restaurantes que fomos, o jantar completo , para duas pessoas, com vinho, ficou na média de R$ 200,00 à R$ 300,00 a conta.
– Azure Restaurant
Fica dentro do famoso 12 Apostles Hotel
O ambiente é lindo e tem uma vista incrível.
Tomamos apenas um vinho, pois tinhamos acabado de tomar café. Mas vale ir para almoçar!
– The Kloofs Street House
Nosso restaurante preferido da viagem. O ambiente é sensacional e fica em uma casa da Era Vitoriana, com um lindo jardim iluminado no terraço e uma atmosfera super animada.
Atendimento e comida excelentes, com foco em carnes e frutos do mar!
Necessário reservar com antecedência.
– Gold Restaurante
Um tradicional restaurante, que oferece uma imersão na cultura e gastronomia do país.
Eles oferecem um menu degustação em 12 passos, entre entradas, principais e sobremesa, com receitas típicas africanas. O jantar é bem animado, com música e danças típicas e interações com o público.
A comida é ok, nada muito elaborado. Vale mais pela experiência toda.
É necessário fazer reserva antecipada pelo site com um caução de 100zar por pessoa.
O jantar na conversão, fica em torno de R$ 140,00 por pessoa. Bebidas são pagas à parte.
– Harbor House:
Um restaurante lindo, com uma atmosfera super agradável no Waterfront e um menu completo de massas e frutos do mar, tudo muito fresquinho.
– Sevruga
Também fica no Waterfront e é uma ótima opção para almoço ou jantar.
– The Bungalow
Esse restaurante fica em Clifton, perto de Camps Bay e você pode reservar para o almoço. O Ambiente é todo aberto, tem uma linda vista e é uma opção também para assistir ao pôr do sol.
Sugiro conhecê-lo no mesmo dia que for à Table Mountain, pois é bem próximo.
– La Colombe
Um dos mais famosos da cidade e que possui 1 estrela Michelin
Não chegamos a ir, pois não conseguimos agendar de última hora.
– Asoka Kloof Street
Um pub jazz que fica em um ambiente lindo, no meio de várias árvores e servem petiscos diversos.
– Vovo Telo
É uma cafeteria que também serve almoço. Os pratos são super bem servidos, deliciosos e vale à pena sentar nas mesas do lado de fora.
– Truth Coffee Roasting:
Eleito um dos 50 melhores cafés do mundo.
Para conseguir provar as opções cardápio, chegue antes de 16H. Após esse horário, só funciona serviço de balcão.
Nosso roteiro resumido foi assim:
Dia 1: Table Mountain + almoço no The Bungalow + fim de tarde em Camps Bay
Dia 2: Passeio do dia inteiro ao Cabo da Boa Esperança + Jantar no Gold Restaurant
Dia 3: Waterfront + Bo-Kaap + Jantar The Kloof Street House
Dia 4: Seapoint + Old Biscuit Market + Truth Coffee Roasting + Jantar no Sevruga
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